Preparação Para o Parto
Preparação Para o Parto

Introdução

No âmbito dos conteúdos programáticos da Unidade Curricular de Enfermagem IV, do Curso de Licenciatura em Enfermagem, foi-nos solicitada a realização de um trabalho de grupo subordinado ao tema: Preparação para o parto, tendo como professora orientadora a enfermeira Isabel Serra.

Como metodologia para o trabalho baseamo-nos, essencialmente na revisão bibliográfica com a finalidade de atingir o seguinte objectivo geral:

ü Compreender a importância e pertinência da preparação para o parto dirigida aos futuros pais, contribuindo assim para uma maternidade mais segura.

Para atingir este objectivo foram estabelecidos os seguintes objectivos específicos:

ü Identificar os factores psicológicos / emocionais relacionados com a dor na mulher grávida.

ü Enumerar os diferentes métodos de preparação para o parto.

ü Definir o método mais aceite nos nossos dias

ü Caracterizar as diferentes técnicas de respiração e relaxamento no controlo da dor / desconforto.

Ao longo deste trabalho será abordada a importância da preparação para o parto para a segurança, conforto físico e psíquico da parturiente. Para tal focaremos sucintamente a dor neste contexto, os vários métodos de preparação para o parto, bem como os cursos de preparação para o parto, onde iremos referir a importância dos padrões respiratórios e de relaxamento e ainda os exercícios de fortalecimento e relaxamento muscular.

É essencial que o enfermeiro se consciencialize sobre a importância de uma adequada preparação para o parto, de forma a que mulher (e cada vez mais o casal) consiga enfrentar o parto como um rito de passagem único e mágico.

Por fim, como conclusão explicitaremos os principais aspectos deste tema, as diferentes dificuldades sentidas na elaboração deste trabalho, assim como também se conseguimos atingir os objectivos traçados.

 

1. A dor

Durante muitos séculos o parto foi sempre um dogma, que pertencia exclusivamente à esfera feminina, de onde os seus segredos e mistérios nunca saiam para além das quatro paredes do quarto da parturiente.

Apesar das diversas formas de viver o parto, relacionadas com as mais diversas culturas podemos afirmar que pelo menos um factor era constante: a dor.

A forma como a dor é vivenciada e percepcionada pelas mulheres, durante o trabalho de parto, esta relacionada com diversos aspectos, variando de indivíduo para indivíduo. Esta não resulta somente da duração e intensidade do estímulo (de contracção do útero), mas sim de uma série de factores interdependentes nos quais se incluem aspectos sociais, económicos, culturais, psicológicos, familiares.

Pode-se considerar que o estado de espírito da parturiente, a sua postura interna durante o parto, se revela mais importante do que a sensibilidade orgânica à dor, advém assim a importância das emoções negativas sobre o parto. Desta forma, como o parto é psicossomático, o sofrimento de origem física pode ser maior pela angústia ou pela tensão nervosa – a “dor engendra dor”.

O aumento das contracções e a demora do nascimento depende quase totalmente da resistência do colo uterino. Quando maior resistência, maior a contracção e quanto maior a contracção tanto maior a dor: “é como abrir uma porta que está sendo segurada com força, o que é bem mais difícil do que abrir uma porta sem resistência” (Karl Lukas, 1983).

Além dos métodos da preparação para o parto, que abordaremos mais à frente, reflectirem um interesse da mulher no trabalho de parto, existem também outras formas para minimizar a dor como sendo a massagem na região dorso-lombar, hidromassagem, ioga, entre outras.

Embora esses vários programas possam apresentar notáveis diferenças teóricas, todos eles preparam as mulheres para o trabalho de parto, ajudando-as a compreender aspectos físicos e emocionais da experiência e ensinando técnicas de relaxamento controlado.

Através da realização de vários estudos verificou-se que a mulher preparada é mais tolerante à dor que a não preparada.

No entanto, a preparação para o parto não exclui o uso de analgesia e/ou anestesia mas a necessidade de medicação é minimizada quando a mulher está treinada para responder às contracções e quando ela tem o apoio e orientação de pessoas habilitadas e interessadas.

Portanto para o “alívio da dor” se tornar possível na hora do parto, é fundamental consciencializar a gestante da importância da sua colaboração, na preparação e durante o parto. Mudar da possível atitude passiva, incentivando o caminho para uma colaboração activa, desenvolvendo-se com isto um sentimento de responsabilidade da mulher.

 

2. Métodos de preparação para o parto

O momento do parto, é em geral, para todas as mulheres um momento único, independentemente do número de filhos que já tenha tido anteriormente.

Quando se aproxima a hora de parir, a mulher entra em grande expectativa e o sofrimento físico é intensificado pela tensão nervosa e pelo medo, cria-se uma espécie de ciclo vicioso em que a dor estimula a dor, existindo uma concordância relativamente à causa da dor durante o trabalho de parto.

Vários teóricos desenvolveram métodos de preparação para o parto tendo, todos eles como objectivo principal a tomada de consciência do corpo e o domínio de técnicas de relaxamento, que permitam controlar a angústia e vencer a dor.

Pretendem reduzir esses dois factores através do aumento dos conhecimentos na mulher do seu próprio corpo, sobre o que esperar durante o trabalho de parto, provocando com isto, um aumento da autoconfiança e sentido de controlo.

Também pode ser preparada uma pessoa de apoio (geralmente o marido) e treinando o condicionamento físico e as técnicas de respiração e relaxamento que será muito importante no decorrer de todo o processo.

Os três métodos mais utilizados, e os quais focaremos são: os quais abordaremos: o método Read (ou “parto natural”), o método de Bradley (ou “método do parto assistido pelo marido”) e o método de Lamaze (ou psicoprofilático).

Na verdade são poucas as pessoas que aderem a um só método, incorporando um sistema de estratégias de maneira a aumentar a capacidade da mulher em adaptar-se ao trabalho de parto e minimizar a necessidade de recorrer à medicação.

 

2.1 Método de Read:

Dick Read, um obstetra londrino, foi o 1º a apresentar a ideia de que o medo de dar à luz era uma das principais causas da dor durante o trabalho de parto.

Segundo o autor, o parto é um fenómeno natural, primitivamente indolor e acompanhado de sensações dolorosas perfeitamente suportáveis.

Devido ao medo, a parturiente entra em estado de tensão que o limiar da dor. Esta tensão cresce com o medo, criando-se assim a tríade: medo – tensão – dor que se torna um ciclo vicioso e que pode levar à instalação de situações de pânico e de grande sofrimento, bem como interferir na dilatação cervical, causar espasmos musculares o que irá provocar ainda mais dor.

 Para Read o medo é essencialmente consequência de 3 factores:

ü  Sugestão:

As mulheres são condicionadas negativamente em relação ao parto, desde a infância. Esta sugestão do parto como “evento terrificante” é feita pela própria comunidade e pelos mass media. Na própria bíblia, a mulher encontra também uma fonte sugestiva desfavorável, onde esta se encontra destinada a suportar as dores do parto

ü  Ignorância:

Ignorância de todas as modificações que ocorrem no corpo da mulher durante o ciclo gravídico / puerperal, bem como todo o mistério que envolve o parto.

De acordo com Read, as gestantes deveriam ser preparadas para o parto natural, bem como para as alterações morfológicas; sem medo e sem tensão permitindo assim encarar o parto como um processo fisiológico e natural.

ü Desamparo psicológico:

A falta de amparo psicológico é o 3º factor que leva ao medo. Torna-se necessário ter ao lado da parturiente uma pessoa que lhe seja significativa, de forma a que esta não se sinta sozinha.

Os obstetras, quer médicos ou enfermeiros, têm também um papel muito importante na diminuição do medo, é necessário que eles encorajem a mulher, esclareçam dúvidas e se mostrem sempre disponíveis.

 

Este método defende que para se conseguir um parto natural é preciso quebrar a tríade, tensão / medo / dor. Inclui também a orientação sobre a fisiologia do parto, exercício para a musculatura do períneo, do abdômen e técnicas de relaxamento.

O Dr. Read preconizava o trabalho de parto o mais natural possível, ou seja, sem ser inibido por fármacos, sustentando-se apenas nas aulas de preparação para o parto.

 

2.2 Método Bradley

O método de Bradley tem o nome do seu autor Dr. Robert Bradley. Tal como o método de Read, este também salienta que o parto é um processo natural.

Segundo Bradley as mulheres devem aceitar a dor e deixa-la fluir, sobre orientação do marido/companheiro. Este método salienta o papel importante do “marido/instrrutor”, onde o marido faz as aulas de preparação para o parto com a mulher, ajudando-a nos exercícios de respiração, de relaxamento corporal, e proporcionando-lhe carinho e conforto.

No entanto é preciso ter em atenção a possibilidade dos parceiros se entusiasmarem com as instruções a dar em trabalho de parto, esquecendo a mulher e as suas necessidades.

Este método enfatiza a importância das variáveis ambientais como a penumbra e o silêncio para que o parto possa ser uma experiência o mais natural possível, sem uso de anestesia ou analgesia.

 

2.3 Método de Lamaze (psicoprofilático)

Lamaze encontra em Pavlov o caminho para a explicação da dor no parto e a sua extinção, como consequência de processos meramente mecânicos e nervosos. Segundo o autor a dor é uma resposta condicionada.

A denominação de “reflexo condicionado” não é muito precisa. Não se trata de reflexo, mas sim de um procedimento aprendido.

Este método condiciona a mulher a responder com desprezo às contracções uterinas, através do recurso ao relaxamento muscular controlado e padrões respiratórios adequados (em substituição dos gritos e da perda de controle), para não sentir dor durante o parto.

Outra estratégia de adaptação é através da focalização de pontos específicos, como o de uma fotografia ou de um padrão ao agrado da mulher, o que vai manter ocupadas as vias nervosas, impedindo-as de responder aos estímulos dolorosos.

Lamaze introduziu uma respiração rápida e superficial na fase de dilatação que só é possível com muita concentração. É através de um aumento consciente da respiração, que a passagem de reflexos condicionados negativos para o córtex evita a percepção da dor: “parto sem dor”.

Também uma postura uniforme de todos os profissionais de saúde proporciona maior eficácia do método, aumento de confiança das mulheres grávidas e diminuição da tensão e do medo.

A teoria psicoprofilática não é a soma de conhecimentos científicos fixos, mas sim uma tentativa de explicar factos ainda não explicados como resultado de ligações nervosas.

A principal interferência no “sucesso” do parto, são os reflexos condicionados negativos. Assim o princípio deste método para preparação para o parto é a educação activa: educação intelectual, desenvolvendo na mulher a capacidade de se adequar e cooperar durante o parto.

 

3. Cursos de preparação para o parto

Seria errado dizer às gestantes que não há dor fisiológica e prometer-lhes um parto sem dor, para não provocar na mulher decepção e perda de confiança no método.

Parte do estado de espírito da gestante depende do grau de informação que possui, pelo que o enfermeiro tem um papel fundamental neste campo este tem que encarar a gestante como um ser bio-psico-socio-cultural e não excluir  as influencias psíquicas , a personalidade e fisiologia da mulher, assim como também os métodos de preparação para o parto que deverão ser examinado, interpretados e reavaliados numa visão psicossomática.

O principal motivo que incentiva o casal a procurar aulas de preparação para o parto, centra-se em volta do medo da dor, já que esta é vista por grande parte da nossa sociedade como um dos maiores sofrimentos até hoje descritos.

Como já foi referido a dor do parto resulta de um grande esforço físico que passa pela dilatação do colo do útero, pela passagem do bebé na bacia e pela distensão da vagina, da vulva e dos tecidos do períneo.

Para os futuros pais, as 40 semanas de gestação podem servir como um período de aprendizagem em conjunto.

A preparação para o parto inicia-se normalmente de 12 a 8 semanas antes do dia do parto previsto, isto é entre as 28 e as 32 semanas de gravidez.

O fato de se começar a preparação nesta altura, prende-se com o não se iniciar muito cedo, já que muitas mulheres poderiam esquecer aquilo que aprenderam. Por outro lado, um curso muito prolongado, por sua vez desmotivaria pela sua lentidão. Mas também não se deve começar o curso muito tarde (após as 32 semanas) porque muitas mulheres precisam de tempo para aprender a dominar as técnicas de respiração e relaxamento.

Subjacente à preparação é importante a avaliação dos métodos de preparação para o parto e a importância de personalidade na determinação do sucesso ou fracasso da preparação.

Estas aulas têm como finalidade não tornar o parto tão dogmático, aliviar ansiedades e permitir a ida da mulher para a maternidade de forma descontraída.

O método de preparação para o parto mais utilizado é o psicoprofilático (Lamaze). Através deste método pretende-se fazer descobrir à futura mãe qual o mecanismo do parto, bem como o conhecimento da fisiologia do seu corpo.

O parto psicoprofilático assenta em três princípios:

ü A mulher grávida deve suprimir as ligações nocivas devidas ao medo e à angústia do desconhecido.

ü Associar o parto à sua finalidade feliz.

ü A mulher grávida não deve assimilar o parto como um processo passivo e desagradável. Deve tomar consciência do importante papel, onde ela é a personagem principal, tomando as rédeas de um papel activo e lúcido, de forma a facilitar o parto.

Preconiza-se também o ensino de como controlar a respiração de acordo com o ritmo do parto, assim como o relaxamento de determinado grupo de músculos.

O controlo da respiração e relaxamento tem efeitos benéficos pois permitem:

  • Fornecer a quantidade necessária de oxigénio à mãe e ao feto durante o trabalho de parto.

  Sempre que há uma contracção, o útero e outros órgãos comprimem o feto e o cordão umbilical. Durante o tempo que dura a contracção o feto não recebe oxigénio. Se a respiração não for bem controlada, o organismo da mãe recebe quantidades irregulares e desadequadas de oxigênio ou dióxido de carbono, correndo-se o risco de entrar em alcalose / acidose metabólica, o que poderá causar graves sequelas na mãe / feto.

  • Permite um aumento do relaxamento físico e psicológico, diminuindo assim o desconforto e ansiedade.

  Com uma respiração calma no início do parto a mãe relaxa e poupa energias, guardando-as para o momento da expulsão.

  • Distrair a mãe

  Quando a parturiente está concentrada em controlar a respiração, ela acaba por se abstrair um pouco da dor que está a sentir, interrompendo o ciclo vicioso negativo.

 

Na bibliografia consultada os assuntos que geralmente são mais abordados nas aulas de preparação para o parto centram-se em:

  • Anatomia e fisiologia dos órgãos reprodutores.
  • Mudanças físicas e emocionais que ocorrem durante a gestação.
  • Crescimento e desenvolvimento do feto.
  • Necessidades nutritivas da mãe e do feto.
  • O processo do nascimento (incluindo o fortalecimento dos músculos, exercícios de relaxamento e padrões respiratórios).
  • Cuidados com o recém-nascido.
  • Tipos de parto (ex.: fórceps, cesariana...).
  • Preparação dos outros filhos / família.
  • Etc.

Nas aulas de preparação para o parto torna-se muito importante a presença de uma pessoa significativa para a grávida, que a apóie e a ajude no controle da respiração e nos exercícios. Muitas vezes esse papel é preenchido pelo marido / companheiro, sendo de extrema importância para a grávida a sua presença na hora do parto.

 

3.1 Padrões respiratórios e de relaxamento das aulas de preparação para o parto

A respiração controlada é indispensável para controlar a necessidade que invade a mulher de fazer força durante o trabalho de parto, contribuindo para a diminuição das dores provocadas pelas contracções e marcando o compasso de espera para a total dilatação do colo.

Existem basicamente 3 tipos de respiração, que quando controlados voluntariamente e conscientemente são capazes de provocar inibição da percepção dolorosa:

- Respiração abdominal, lenta e profunda, útil entre as contracções; e também para evitar espasmos dolorosos da musculatura abdominal.

- Respiração torácica superficial e acelerada, útil no momento da contracção capaz de inibir a percepção dolorosa.

- Suster a respiração no momento da expulsão.

A mulher deve ser orientada para quando sentir contrações, carateriza-las registando a duração, frequência e intensidade. Entre as contracções a parturiente deverá, com a ajuda do marido/companheiro/pessoa significativa, desenvolver uma respiração abdominal e lenta, com uma frequência respiratória que poderá descer para metade do habitual.

À medida que as contracções aumentam em frequência e intensidade, a mulher efectuará respiração torácica, que é mais superficial, aumentando quase para o dobro a sua frequência respiratória de base.

A hiperventilação pode ocorrer como resultado da respiração rápida e profunda, feita por longos períodos. Deverá existir especial atenção para sintomas de alcalose respiratória: cabeça pesada, tonturas, tremores dos dedos e entorpecimento em geral. A alcalose pode ser resolvida (quando detectada precocemente) colocando um saco de papel bem adaptado à boca e nariz. Este processo permite respirar dióxido de carbono e substitui o ião de bicarbonato. A persistência da hiperventilação pode levar a um desequilíbrio fetal.

O treino para a expulsão do feto consiste em explicar à parturiente que, se encher o peito de ar e reter para depois fazer força irá economizar energias bem como limitará os risco para o bebé. Esta manobra de expulsão deverá ser feita com a mulher em semi-fowler ou fowler alto. A expulsão nunca deve ser feita antes do colo se encontrar com dilatação completa pois este pode ficar comprimido entre a cabeça do feto e o osso púbico, podendo provocar uma frequência cardíaca fetal anormal, edema ou dilaceração do colo, podendo mesmo atrasar a dilatação do colo.

Os exercícios de relaxamento e concentração contribuem para a economia de energia, melhor oxigenação uterina e controlo psíquico. Tem como finalidade suprimir o estado de tensão muscular e é útil entre as contracções uterinas.

Muitas mulheres, para relaxarem, optam por eleger um objecto significativo que levam para a sala de partos. No momento da contracção, podem tentar reduzir a sua percepção da dor concentrando a sua atenção nesse objecto. A pessoa que a apoia (marido / companheiro / pessoa significativa) acompanha este processo indicando à mulher quando deve iniciar as técnicas de respiração.

Para que a mulher relaxe, cabe à equipa de saúde manter um ambiente calmo e atitude disponível e carinhosa, de forma a permitir que o casal vivencie uma experiência única.

 

3.2 Exercícios de fortalecimento e relaxamento muscular

Os exercícios de fortalecimento têm acção positiva sobre a grávida, tanto a nível psicológico como físico, pois além de preparar o útero para a expulsão do feto, contribuem para a produção de endorfinas.

O objectivo destes exercícios é a manutenção da aptidão física dentro dos limites fisiológicos impostos pela gestação. As aulas de preparação para o parto devem ser dirigidas para o fortalecimento da musculatura pélvica e abdominal, visando minimizar riscos de traumatismos das articulações e ligamentos através da tonicidade da musculatura do assoalhado pélvico para a posição de cócoras e para o condicionamento dos músculos das pernas e a reeducação postural.

Benefícios do exercício físico na mulher grávida:

  • Manutenção / recuperação de um bom alinhamento postural.
  • Fortalecimento e flexibilização da cintura pélvico-abdominal.
  • Reorganizam o equilíbrio e coordenação.
  • Estimulam o refluxo sanguíneo.
  • Aumento da amplitude e resistência respiratória.
  • A grávida sente-se bem a nível físico / psicológico.

Todo o tipo de aprendizagem das aulas de preparação para o parto deve ser activo, sendo o casal envolvido no processo. Deverá também acompanhar os tempos da grávida e de parto (a aprendizagem não será eficaz se a enfermeira falar sobre como cuidar o bebé quando a mulher está no início da gestação e com dúvidas acerca das modificações fisiológicas).

O casal deverá também estar motivado para fluir melhor o processo ensino aprendizagem. Os esforços deverão ser direccionados para a comodidade do casal, proporcionando um ambiente relaxante.

 

Conclusão

Neste trabalho foi evidente, que grande parte, das mulheres grávidas preocupam-se com a dor que irão sentir durante o trabalho de parto, nascimento do seu bebé, e na forma como lidarão com a dor e com o desconforto. Ao longo deste trabalho verificamos que existem vários métodos e técnicas dirigidas à facilitação do parto: o método de Read, Bradley e Lamaze.

Actualmente as aulas de preparação para o parto não utilizam somente um único método, recorrendo a uma complementaridade dos existentes, no sentido de permitir ao casal vivenciar este momento como único e especial.

Foi notório que esta preparação tem de ser psicossomática para tornar eficaz o alívio da dor. Assim a mulher grávida tem o direito de conhecer, reconhecer e compreender o que se passa com o seu corpo para poder defendê-lo das agressões externas que poderão ser submetidas.

A adopção da preparação para o parto depende, em princípio, da mulher grávida e da família. O enfermeiro pode ajudar o casal a seleccionar um programa na medida das suas necessidades, proporcionando informações sobre os tipos de preparação para parto disponíveis na comunidade e oferecendo apoio e orientação. Terá que ter em atenção quatro aspectos específicos: uma componente psicológica, exercícios de relaxamento, exercícios para o fortalecimento da musculatura (abdominal e perineal) e exercícios respiratórios.

Como foi notório os métodos de preparação para o parto seguem cada um, uma filosofia particular, mas é o método psicoprofilático o mais aconselhado actualmente. É a psicoprofilaxía obstétrica que permitem que as mulheres se reconheçam tanto a si mesmas, como ao seu corpo estando subjacentes a técnicas da descontracção/relaxamento e o controlo da sua respiração.

Este método possibilita, portanto as parturientes de dominarem os seus reflexos perante o sofrimento, conseguindo assim libertarem-se dele, afastando o condicionamento negativo tanto externo como interno.

Apesar das dificuldades, relacionadas com a existência de pouca bibliografia específica, pensamos ter conseguido atingir os objectivos a que nos propusemos.

 

 

BIBLIOGRAFIA

  • BOBAK, Irene et all – “Enfermagem na Maternidade” – 4ª Ed. Lusociência.1999. p.233-251.
  • “Crescer em Família. Ano IX. Nº 99.Agosto 2002.
  • LUKAS, Karl – “Facilitação Psicológica do Parto”-3ª Ed. Editora Mamole.1983-p.5-61.
  • “Pais e Filhos”-Mensal. Junho 98. 4º 89.
  • REZENDE, Jorge – “Obstetrícia”-2ª Ed., Editora Carabana Kougans. A. Rio de Janeiro.1969. p226-238.
  • ZIEGAL, Enma; CRANLEY, Mecca – “Enfermagem Obstetrícia”-8ª Ed. Editora GUANABARA.1985. p210-214.